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  • Foto do escritorMarcio Oliveira - Vinoticias

“ROTEIRO POR BODEGAS DE MENDOZA – PARTE 3”

Retornando da viagem por Mendoza com um Roteiro Enogastronômico carinhosamente preparado pela Zenithe Travelclub de Mariella Miranda e German Alarcon Martin, creio que vale a pena compartilhar com os leitores do Vinotícias o que encontramos em cada uma das vinícolas visitadas, além de dicas sobre os vinhos provados.

● MAIPÚ - Com clima temperado de fresco a quente, o centro da província de Mendoza, que compreende os distritos de Maipú e Luján de Cuyo, oferece uma das melhores condições do continente para o cultivo de uvas viníferas, em altitudes de 650 a 1.100 metros. Não por acaso foi ali que imigrantes italianos plantaram os primeiros vinhedos da Argentina e onde hoje estão a maioria das vinícolas tradicionais do país.


O Rio Mendoza é uma região vitivinícola antiga e tradicional, também conhecida como a "primeira zona" dos vinhos argentinos. Estando ao sul da cidade de Mendoza, com os melhores solos da província - pedregosos, pobres e ricos em calcário -, fatores excepcionais para o cultivo da videira, que contribuem significativamente para que os vinhos produzidos na região estejam entre os melhores do país. Há uma diversidade de microclimas e a maioria das vinícolas se utiliza de uvas dessa área na produção de seus vinhos.


A casta mais característica da região é a Malbec, a partir da qual se obtêm vinhos emblemáticos, representativos da região, da província e do próprio país. Aliás, em Luján de Cuyo está a DOC - Denominação de Origem Controlada - para elaboração de Malbec. Lá, a fruta atinge aromas complexos, cor e ótima concentração. Entretanto, a Malbec obviamente não é a única casta cultivada na Região Central, onde se produzem bons vinhos também a partir de Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Pinot Noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc.


Entre as vinícolas de destaque na região estão: Alta Vista, Catena Zapata, Finca Flichman, Finca La Anita, Luigi Bosca, Mendel, Norton, Pulenta Estate, Ruca Malen, Santa Julia, Séptima, Terrazas de Los Andes, Trapiche, Trivento, Viña Alicia e Zuccardi.


LUJÁN DE CUYO - Aos pés da Cordilheira dos Andes, com altitudes acima de 1.000 metros, Luján de Cuyo abriga a Denominação de Origem Controlada para produção de Malbec do país.


O vinho Norton Malbec D.O.C. foi o primeiro do país a estampar a sigla em seu rótulo. Aliás, a primeira vinícola da Bodega Norton, a centenária Finca Perdriel, fundada em 1895, fica em Luján de Cuyo, justamente na sub-região de Perdriel. Além de Perdriel, compõem a sub-região Las Compuertas, Vistalba, Agrelo e Ugarteche.


MAIPÚ - Em uma região mais baixa e quente, Maipú conta com inúmeros vinhedos antigos, do início do século 20. Assim como em Luján, há escassez de chuvas e a água advém do Rio Mendoza. Ela compreende os distritos de Lunlunta, Las Barrancas, Cruz de Piedra, Beltrán e Coquimbito. Nesta região também encontramos em variedades tintas a Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir e Syrah. Entre as variedades brancas estão a Chardonnay e a Sauvignon Blanc.


♦ BODEGA TRAPICHE – Visitada em 15/03/2023. A Bodega Trapiche fica distante 20 minutos do centro de Mendoza, em Maipú, Argentina, rodeada de uma paisagem natural, delineada por suas vinhas e olivais, no sopé da Cordilheira dos Andes.


A bodega Trapiche tem a sua marca de vinhos presente em 80 países do mundo inteiro e possui diversas premiações e de reconhecimento internacional. A adega foi pioneira na introdução de cepas francesas, na importação de barricas de carvalho francês, na produção de vinhos varietais e no uso de tanques de aço inoxidável.


Ela havia sido abandonada e foi revitalizada a partir de 2006, mantendo seus traços originais do ano de 1912. Um diferencial desta estrutura é a sala de degustação, onde pisos de vidro possibilitam a vista para o piso inferior.


Durante a visita guiada, é possível conhecer o processo de elaboração de vinhos premium e passear pela história da indústria de vinho no museu com máquinas do início do século XX. Um espaço para conhecer a importância do vinho argentino.

A Bodega nasceu em 1883, primeiramente estabelecida por Tiburcio Benegas, sendo que a família vendeu a terra em 1971 para a famosa família argentina Pulenta. A Trapiche abriu as portas para sua nova adega em novembro de 2008, em um prédio construído em 1912 totalmente restaurado, celebrando seu 125º aniversário com novos equipamentos e novas tecnologias, sempre em busca do mais alto padrão de vinhos.


Fiel a sua história, hoje continua dia a dia pela procura das novas e melhores práticas com uma excelente equipe de enológica liderado pelo reconhecido Sergio Eduardo Casé que promove o contínuo intercâmbio de experiências e conhecimento com enólogos de outros países.


Considerada um dos ícones da arquitetura vitivinícola argentina, a Bodega fica numa bela construção de estilo renascentista. Durante a visita é possível escolher 4 circuitos turísticos e passar por diversas experiências, desde um passeio pelos vinhedos até a degustação de vinhos premium. E esses circuitos são premiados, inclusive como melhor turismo de vinhos.


Sua base principal está nesta sub-região de Maipú, rodeada por uma paisagem natural privilegiada num edifício construído em 1912 com um estilo florentino e reconhecido como um ícone da arquitetura enológica mendocina. Condição que a levou ao 17º lugar dentre as 50 melhores vinícolas no mundo no ranking WORLD´s BEST VINEYARDS 2022. Conjuga tradição e tecnologia de vanguarda concebendo vinhos de alto padrão, como o Gran Medalla e Iscay. Mas foi seu Single Vineyard Terroir Series Finca Coletto Malbec 2015 escolhido como o “Melhor Malbec do Mundo” no Concurso Internacional Les Citadelles du Vin 2019, que se celebra durante a famosa Feira Vinexpo em Bordeaux, que chamou a atenção para a evolução da qualidade de seus vinhos.


Foi também considerada em 2019 como a “Melhor Vinícola do Novo Mundo” pela Wine Enthusiast e, pela Drinks International como “uma das melhores 50 marcas do vinho mais admiradas”. E ainda, por 4 anos consecutivos, escolhida “a vinícola argentina mais premiada do mundo” segundo o World Ranking Wines & Spirits. Mesmo sendo sua base principal em Maipú, é um dos mais recentes membros da DOC Luján de Cuyo, ao ter adquirido em 2021 uma vinícola em Mayor Drummond, distrito de Luján com 20 ha em Vistalba.


Na Bodega tem também um restaurante lindo, o Espacio Trapiche, de frente para os vinhedos e recomendado pelo guia Michelin. O almoço no Espacio Trapiche é muito apreciado pelos visitantes, sendo a apresentação dos pratos excelente e o sabor, especial, tanto no menu de 3 passos, quanto no menu de 7 passos. A oferta gastronômica inclui produtos frescos e saborosos colhidos no pomar e na granja da bodega. Peça sempre o acompanhamento dos melhores vinhos da Bodega Trapiche.


Em 1983, em homenagem aos 100 anos da bodega Trapiche, surgiu uma linha de vinhos especiais com uvas provenientes da primeira zona vitivinícola de Mendoza. Seus vinhedos predominantemente antigos, durante décadas tem produzido os mais prestigiados vinhos argentinos.


Aqui provamos os seguintes vinhos:


● TRAPICHE COSTA & PAMPA RIESLING 2021 – neste rótulo, o enólogo Ezequiel Ortego alcançou um vinho expressivo e com boa tipicidade além de seu personagem austero. Feito em Mar del Plata a 6 km da costa. Um Riesling Renano com corpo e bom volume, e uma bela acidez consistente que refresca bem o palato, com um toque salino, mineral.


● TRAPICHE LATERAL SEMILLON 2020 – uma linha nova da Bodega, iniciada em 2018, com microvinificações de edições limitadas (aproximadamente 1.000 garrafas). Esta linha experimental com castas diferentes. Este vinho não é filtrado, e as lias dão um gostoso toque de complexidade, uma vez que não passa por carvalho. Lembra aroma de fruta do conde, e na boa é muito seco e fresco.


● TRAPICHE GSM 2018 – Corte típico do Rhône com 45% de uva Garnacha, 35% de Syrah e20% de Mourvèdre. Um vinho com muita especiaria no nariz, frutas escuras frescas e toque de carvalho. Na boca os taninos marcam e secam a boca. As uvas provenientes do Vale do Uco são co-fermentadas com Viognier.


● TRAPICHE GRAN MEDALLA CABERNET FRANC 2018 – Rubi ainda profundo, este Cabernet Franc expressa aromas de morangos, de especiarias como pimenta do reino, notas herbáceas e minerais que compõem um perfil delicado. Boca com boa acidez, com taninos macios que oferecem um final agradável, gostoso, fácil de beber. O álcool está bem equilibrado pela acidez do vinho e a nota de erva.


● TRAPICHE MALBEC TERROIRS SERIES FINCA COLETTO 2018 – Este vinho vem de uma vinha regada por inundação plantada em 1945 no Peral, no Vale do Uco. Vinificado em uma combinação de pequenos barris e foudres, Malbec, exibindo aromas de violeta e erva-doce, taninos finos, frutas de ameixa e cranberry , amoras e mirtilos. Na boca, é fresco e redondo no começo, com taninos macios que lhe dão suculência, amplitude e elegância na boca, em que não se percebe os 15% de álcool.

● FOND DE CAVE VINHO ENCABEZADO (FORTIFICADO) - Fond de Cave tem seu próprio estilo, com amadurecimento por 15 meses em barricas de carvalho francês (25% novas). Descanso em garrafa de 6 a 9 meses. Púrpura intenso, com tons de rubi. Os aromas são de geléia de frutas negras, tabaco, baunilha e muito chocolate. Na boca os taninos são elegantes, rico e persistente. Tem 18,5% de álcool.


♦ BODEGA SANTA JULIA – Visitada em 15/03/2023 - A história da Bodega Santa Julia nos leva a 1950, em Mendoza, Argentina, quando Alberto Victorio Zuccardi (falecido em 2014), começou a experimentar novos sistemas de irrigação com a empresa Cimalco desenvolvendo irrigação para vinhedos e oliveiras em Mendoza, com base em um método empregado na California.


A empresa da Família Zuccardi é fundada em 1963 em Maipú por Alberto (Tito) Victorio e Ema Zuccardi. Sob o nome Uvas del Sol, nasceu a vinícola de Tito focada na produção de vinhos de mesa, produto este que tinha à época uma elevada demanda interna. A partir do seu envolvimento criando sistemas de irrigação para a viticultura, o engenheiro Tito descobriu sua vocação nesta área, o que o levou a plantar as primeiras vinhas e desenvolver os primeiros vinhos da família. Além disto, era um vinhedo amostra de como o sistema de irrigação funcionava bem.


Em 1970, José (Pepe) Alberto Zuccardi começou a trabalhar com seu pai, e tornou-se responsável pela ampliação da produção e evolução da qualidade dos vinhos da vinícola. Em 1982 ele decide apostar na produção de variedades vitivinícolas de alta qualidade. Nasce JULIA (a única filha de José Alberto Zuccardi e neta de Alberto Victorio) e em sua homenagem, Santa Julia é criada representando o compromisso para alcançar os níveis mais elevados de qualidade, mediante práticas sustentáveis que contribuam ao cuidado do meio ambiente e sejam úteis para a comunidade em que vivem.


A Bodega Santa Julia é uma clara amostra da combinação de qualidade e diversidade dos solos de Mendoza, dando como resultado vinhos modernos e fáceis de beber. Em suas diversas categorias encontramos desde uvas clássicas como Malbec, Chardonnay ou Cabernet Sauvignon, até variedades pouco convencionais na Argentina tais como Viognier e Pinot Grigio.


Desde o começo as três gerações trabalharam com a convicção e a paixão de desenvolver a região de Mendoza que buscava em cada vinho e azeite a expressão mais genuína deste lugar, através de diferentes programas a família trabalha com o cuidado da terra, das pessoas que nelas trabalham e com a comunidade. Para eles não se pode produzir vinhos de alta qualidade sem o cuidado perfeito das condições ambientais em que trabalham. É por isso que estão focados na agricultura sustentável, interagindo com o meio ambiente sem agredi-lo.


A Bodega Santa Julia acredita que o vinho não é apenas a expressão do solo, clima ou a variedade que é cultivada, mas é fundamentalmente a expressão de todas as pessoas envolvidas em sua preparação. A Bodega Santa Julia é reconhecida mundialmente como a primeira produtora orgânica da Argentina e por ser pioneira em inovação, vem dando passos em seu compromisso com o cuidado com o meio ambiente e os recursos naturais que a cercam e, através da VEG Argentina, Liaf Control, o primeiro selo vegano certificado do país, obteve a certificação para 14 de suas marcas vendidas na Argentina e para o restante de seus vinhos que comercializa em mais de 40 países ao redor do mundo. Mais um passo importante, que assegura a missão de sustentabilidade.


Os vinhos da vinícola que a partir de agora contarão com este selo de certificação no mercado argentino serão: Santa Julia Varietal (linha completa), Santa Julia Organic Malbec, El Burro, Flores Blancas e Flores Negras, Tensión La Ribera, Malbec del Mercado.

Hoje no comando da terceira geração está Sebastián Zuccardi, e a Bodega é uma marca emblemática do vinho argentino, reconhecida local e internacionalmente pela sua contínua procura de inovação e excelência. Santa Júlia é um claro exemplo da conjugação de estilo único e diversidade encontrada nos solos mendocinos. Desde o trabalho no vinhedo e em cada uma das etapas de elaboração, tem um autêntico compromisso pela produção sustentável e o cuidado de todos aqueles detalhes que permitem obter vinhos que conquistam o consumidor entre os que se encontram várias linhas como variedades.


Na terceira geração, Sebastián, como Engenheiro Agrônomo é o Diretor Enológico de toda a parte vitivinícola da Família (Sta. Julia e Piedra Infinita), Júlia se encarrega do Marketing e Enoturismo e Miguel cuida da parte dos AOVE´s na Olivícola Zuelo.


A Bodega tem vinhedos em Maipú, com área de 180 hectares, numa altitude de 650 metros acima do nível do mar. O vinhedo é 100% orgânico certificado por Letis. Localizada a 40 km da cidade de Mendoza, conta com uvas Malbec, Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Torrontés. No Vale de Uco estão a Finca La Ribera - 85 hectares e Finca Vista Flores - 43 hectares, com altitude de 960 metros acima do nível do mar. O Vale de Uco está localizado ao norte do rio Tunuyán. Ali, no distrito de Vista Flores, e no primeiro terraço do rio, encontra-se a Finca la Ribera. Nesta região, e desde o ano 2009, são cultivadas as variedades de uva que fazem parte da linha Tensión La Ribera. Trata-se de uma zona com solos heterogêneos e profundos. Aqui, o clima é privilegiado e marcado pela altitude, a grande exposição solar e as baixas temperaturas. Devido a estas particularidades geográficas, as uvas são favorecidas em seu ciclo de maturação criando grande concentração de sabor, frescor e textura marcante nos vinhos.


Na região de Santa Rosa, estão 475 hectares plantados numa altitude: 620 metros acima do nível do mar. Há 130 hectares orgânicos certificados por Letis. Localizada no sudeste da província e a 85 quilômetros da cidade de Mendoza. De seus 106 quarteis, em uma área de 530 hectares, 475 estão cultivados. É considerada uma das regiões mais antigas e de maior trajetória no cultivo da videira. Caracteriza-se por ser desértica e com grande amplitude térmica entre o dia e a noite, o que resulta muito propício para a planta.


Nesta zona quente é determinante o sistema de condução da videira mediante “parreira”, no qual, sustentado por uma estrutura em altura, a planta é guiada para formar uma cobertura com suas folhas e, dessa maneira, proteger os cachos nos horários de maior radiação solar, obtendo melhor aeração e frescor. O rio Tunuyán atravessa lugares afastados e áridos como Santa Rosa, onde as uvas crescem nas ribeiras e os vinhos são o resultado de sua influência.


Julia Zuccardi é responsável pelo setor de Turismo e Hospitalidade da Bodega Santa Julia (entre suas numerosas tarefas, também se ocupa da Casa do Visitante e do Pan y Oliva) e da Zuccardi Valle de Uco (com o restaurante Piedra Infinita Cocina). Seu trabalho é enorme: as duas vinícolas recebem mais de 60 mil visitantes por ano.


Ela começou na área em 2008 “sem nenhuma experiência”. Naqueles anos, só existia a Casa do Visitante, um empreendimento pioneiro para o enoturismo argentino. Depois veio o “Pan y Oliva”, uma mistura de restaurante e armazém com uma proposta de culinária familiar. E em 2016 chegou “Piedra Infinita Cocina”, no Valle de Uco. Ao mesmo tempo, a empresa familiar viveu um crescimento importante que continua a sua trajetória: em 2022, a Zuccardi Valle de Uco inaugurou o “Hall of Fame do Best World’s Vineyards”, o ranking das melhores vinícolas para visitar no mundo, após obter o primeiro lugar nas três primeiras edições do concurso.


É por isto que a Zuccardi não é só um farol entre os vinhos argentinos de maior reconhecimento global, mas também uma referência de enoturismo e gastronomia em vinícolas, o que impacta diretamente as ocupações de Julia Zuccardi.


A família também produz o seu próprio AOVE Zuelo, tanto azeite monovarietais como blends. A produção de azeites começa em 2004 com a produção de óleos de alta qualidade a partir das variedades mais difundidas na região de Mendoza. Parte da terceira geração, Miguel Zuccardi, é incorporada à empresa com este projeto e com o objetivo de valorizar a alta qualidade dos óleos na região e a criação de uma categoria diferenciada de azeite na Argentina.


Com a premissa de produzir o potencial máximo de qualidade, Zuelo, tem 220 hectares de olivais próprios. Lá, as técnicas agrícolas se concentram em práticas sustentáveis para o manejo e a biodiversidade do solo nas culturas. Um trabalho dedicado na área de pesquisa e desenvolvimento na produção permitem a evolução e a inovação permanentes como uma filosofia de trabalho.


Aqui provamos entre outros os seguintes vinhos:


● NACIONAL SEMILLÓN TORRONTÉS 2022 - Nacional é uma nova proposta da Bodega Santa Julia para aqueles que escolhem vinhos leves, frescos, com frutas e muito fáceis de beber. É uma homenagem a duas variedades emblemáticas da Argentina: 70% semillón, uva com uma longa história em Mendoza e encontra sua melhor expressão em climas frescos e moderados, como os do vale de Uco e, 30% de torrontés, a única uva nativa argentina. De Tupungato, ao norte do Vale da UCO, esta mistura é composta por uvas vindas de vinhedos antigos.

● ZUCCARDI Q TEMPRANILLO 2017 – Depois de ganhar o mundo por meio dos seus belíssimos vinhos espanhóis – principalmente de Ribera del Duero, Rioja e Toro -, a Tempranillo começa a conquistar o outro lado do Atlântico, a Argentina. O vinho mostra boa complexidade aromática e bom equilíbrio no paladar. Aromas de figos maduros se destacam ao lado de cerejas e ameixas, mostrando toques de pimenta e frutas secas como nozes. No paladar é suculento, tem acidez bem integrada e taninos firmes – combinação perfeita para acompanhar uma tábua de queijos e embutidos, uma boa pizza ou empanadas.


● TITO ZUCCARDI PARAJE ALTAMIRA 2020 – Feito de maioria Malbec, tem partes de Cabernet Sauvignon, Ancellota e Caladoc, fermentadas em cubas de concreto com levedura nativa, o vinho é depois envelhecido em carvalho francês por 12 meses. Extremamente frutado no nariz, traz frutas escuras como amora, ameixa, morango e cereja, notas de ervas, gengibre e pimenta preta. Tem entrada sedosa no paladar, onde o vinho mostra boa complexidade taninos macios e sabor persistente.


● MALAMADO VIOGNIER – Vinho de cor amarelo dourado, com aromas elegantes e complexos com notas florais, pêssego, amêndoa e mel. O sabor é rico, complexo, textura untuosa, e final de boca longo e marcante. Ideal para acompanhar sobremesas a base de frutas frescas ou seca ou sozinho. Álcool 19,7%. Sirva bem gelado.


Também tivemos a oportunidade de provar os Azeites AOVE ZUELO das azeitonas Koroneiki e Arauco. A mais famosa e exclusiva variedade de Oliva da Grécia, a Koroneiki, representa um azeite com sabor intenso e único no mundo todo. Este azeite possui uma coloração amarelada com reflexos verdes. No aroma encontramos notas herbáceas de banana verde que se sobressaem. No sabor é um azeite bastante frutado, equilibrado, com notas amargas e um agradável picante.


A variedade de azeitona Arauco foi introduzida há 500 anos no litoral do Peru, ingressando mais tarde no Chile e à Argentina onde foi cultivada ao longo de todo o território, particularmente na região de Cuyo. Hoje é considerada variedade autóctone sendo desconhecida na zona do Mediterrâneo. Esta variedade foi selecionada através do tempo devido à sua grande adaptação e potencial qualitativo. Mendoza conserva a maior área cultivada com Arauco, sendo esta, por suas características, a variedade emblemática da olivicultura argentina.

Tradicionalmente, a variedade Arauco é chamada Criolla e é utilizada para a produção de azeitonas de mesa. Descobrimos em seus azeites características excepcionais, perfil verde, grande frescor e frutado intenso. Variedade de maturação tardia, produz azeites de perfil verde e frutados intensos. Predominam as notas de tomate, ervas aromáticas e maçã, entre outras. A presença de grande quantidade de antioxidantes da variedade manifesta-se nos amargos e picantes equilibrados de intensidade média-alta. Acidez máxima de 0,3%. Reconhecimento da prestigiosa guia italiana aos 20 melhores produtores a nível mundial, Familia Zuccardi recebeu o prêmio THE FRONTIER FARM em reconhecimento ao produtor mais dinâmico e inovador em termos de qualidade fora da bacia do Mediterrâneo.


Ao longo dos artigos sobre a vinicultura argentina você poderá criar um belo Guia para sua próxima viagem. Aliás, já estamos preparando um Novo Roteiro para 12 a 18 de Novembro de 2023!!!


Saúde!!! Aproveite para comentar se gostou ou não!!! (Este artigo está baseado em material disponível na internet, e minhas considerações durante a prova dos vinhos e pesquisas).

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