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BRUNELLOS DI MONTALCINO LA RASINA 2006 e 2010 – TOSCANA – ITÁLIA

  • Foto do escritor: Vinotícias - Marcio Oliveira
    Vinotícias - Marcio Oliveira
  • 11 de ago.
  • 4 min de leitura

A Toscana possui 64 mil hectares de vinhedos divididos em 42 DOCs, 11 DOCGs e 5 IGTs, sendo o Brunello di Montalcino a grande estrela local.


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A Toscana é uma das regiões italianas com maior tradição na elaboração de vinhos. Antes das mudanças nas últimas décadas, com vinícolas sendo criadas por enólogos, milionários e celebridades, a produção de vinho se concentrava em propriedades rurais com longa história. Boa parte dos senhores destas terras vivia nos grandes centros urbanos, com suas vastas fazendas cultivadas por camponeses em regime de divisão da produção.


Montalcino, porém, era diferente. Por conta de sua distância dos grandes centros urbanos, seus proprietários de terra viviam nas suas propriedades e se envolviam diretamente no cultivo. Alguns destes proprietários tradicionais mantiveram seu vínculo com a terra, entre eles os Mantengoli. E isso é um importante diferencial da La Rasina.


A fazenda La Rasina foi fundada nos anos setenta por Santi Mantengoli, mas somente na segunda metade dos anos 80, através do sucessor Vasco, o trabalho foi direcionado para o negócio da videira. Desde 1988, concentrou-se ainda mais nesse setor, que em Montalcino estava evoluindo rapidamente. Muitos investimentos, tanto nas vinhas como na adega, levaram a empresa à situação atual.


A cerca de 70 anos a propriedade original, muito maior, foi dividida entre dois primos, criando a versão atual da La Rasina (45 hectares) e outra fazenda, La Serena. Por muito tempo, La Rasina se destacou pela policultura e cultivo de animais, sobretudo para uso doméstico, até que Vasco Mantengoli ampliou a parcela da viticultura na segunda metade da década de 1980.


Em 1997 ele passou o controle da propriedade, na época com 3,5 hectares de vinhedos, para seu filho Marco Mantengoli, então com 19 anos, que cursou enologia e começou a ampliar a área de vinhedos, mas sempre mantendo as tradições e conhecimentos ancestrais dos agricultores locais. Esta bagagem hoje faz a diferença, até por conta da especialização no cultivo da Sangiovese.


Atualmente, La Rasina conta com 14 hectares de vinhedos, todos próprios e nas cercanias da vinícola. A policultura não foi abandonada, pois o cultivo das videiras é complementado com colheitas de azeitonas e grãos. Situada na parte leste de Montalcino, a vinha recebe exposição solar pela manhã, com boa ventilação e orientação leste (com vista para o Val d’Orcia). Isso permite uvas saudáveis e de ótimo equilíbrio.


A partir de 2017, os vinhedos receberam certificação orgânica, embora os princípios orgânicos já fossem usados há décadas. Os cuidados nos vinhedos acabam se refletindo na menor necessidade de intervenção na cantina. Após colheita manual, as uvas são 100% desengaçadas, com fermentações em tanques de aço inox. Há uso exclusivo de leveduras indígenas e bâtonnage regular, com macerações médias a longas. Os vinhos passam por leve filtração, mas sem colagem e o uso de sulfitos fica bem abaixo das regras da certificação orgânica.


Em termos do envelhecimento em carvalho, há uso tanto de barricas como botti, em um estilo que combina técnicas tradicionalistas e modernistas. O envelhecimento da maioria dos vinhos começa em barricas de 225 litros, para garantir maior oxigenação e mais contato com o carvalho. O objetivo é uma melhor integração das lias presentes no vinho. Posteriormente, os vinhos seguem para formatos maiores, como os tradicionais botti de 50hl da região.


Vinho de maior produção da vinícola, o La Rasina Brunello di Montalcino DOCG, corresponde a mais de metade das garrafas produzidas pela La Rasina, com cerca de 35 mil ao ano. Seu envelhecimento começa em barricas (de 10 a 12 meses), seguidos por pelo menos mais 12 meses em botti de 50hl. Com frutas vermelhas e especiarias no olfativo, é uma excelente representação dos vinhos mais elegantes e menos intensos da área leste de Montalcino.


Composição de Uvas: 100% Sangiovese grosso.


Notas de Degustação: De coloração rubi de boa intensidade, com sutis reflexos acastanhados. No nariz os vinhos mostram aromas de frutas negra como amoras e ameixas pretas, com toques minerais e de flores secas, como a violeta. Com o tempo em taça aparece o couro novo, especiarias doces como a de baunilha, e café (moka). Paladar encorpado, com taninos macios e final muito, muito longo. Dois Brunellos de estilo opulento e frutado, bem aromáticos, com taninos macios, redondos.


Estimativa de Guarda: o 2006 ainda aguenta guarda de 6 anos fácil. O 2010 pode ser guardado por mais 10 anos.  


Reconhecimentos de Críticos: Vinho de 2006: Robert Parker: 93 pontos James Suckling: 94 pontos I Wine Spectator: 93 pontos. Vinho de 2010: Robert Parker: 92 pontos James Suckling: 94 pontos.


Notas de Harmonização: Ideal para harmonizar com carnes vermelhas nobres, cordeiro assado, pratos trufados e queijos pecorino toscano e demais queijos duros com sabor marcante.


Serviço: servir entre 16 e 18º C. (Recomendo decantação por 40 a 60 minutos. Beba numa taça Bordeaux, com bom volume de copo para os aromas se exprimirem melhor).


Valor: $$$$


● EM BH – CASA DO VINHO - End.: Loja Barro Preto - Av. Bias Fortes, 1543 – Barro Preto – Belo Horizonte (MG) - Tel: (31) 3337-7177. Loja Mangabeiras – Av. Bandeirantes, 504 – Mangabeiras – Tel: (31) 3286-7891.

 

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O VINOTÍCIAS foi criado por Márcio Oliveira, com o intuito de disponibilizar em um único espaço dicas de vinho, enogastronomia, eventos, roteiros de viagens e promoções. Inicialmente era disponibilizado na forma de uma newsletter para alunos, ex-alunos e amantes do vinho, com o crescimento do mercado e o amadurecimento do projeto a necessidade de um espaço maior para tantas informações se fez necessário e assim surgiu o blog e o site.

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